Certa vez… Me senti petrificado diante da imponência estrutural do coliseu de Roma na Itália, parecendo me sequestrar para uma espécie de viagem na “máquina do tempo”, para dois mil anos atrás, onde eu podia vislumbrar cenas decrépitas da história antiga, maculada e enterrada naquele grande ícone de pedras que ainda era capaz de me revelar as atrocidades que as escolhas humanas desequilibradas podiam conceber. Aquilo ecoava com força total na minha mente em transe, eram os ruídos distante de uma história que tomava forma diante dos meus olhos atônitos, revelando uma humanidade mergulhada na mais profunda psicopatia social e ensandecida pela busca do poder arrogante e macabro, algo que jamais justificaria o derramamento do sangue dos mais fracos, vulneráveis e vitimados em sua arena despótica que testemunhava milhares de sacrifícios inimagináveis na busca frenética pelo espetáculo sombrio e patológico da maldade sem limites, competindo freneticamente contra um inimigo imaginário e sem compaixão alguma que vamos chamar aqui de “o outro”, alguém diferente de mim nesta concepção, somente para reafirmar um poder equivocado e não menos imaginário, pois a única coisa que sobrou desta visão tosca naquilo que também vou chamar de “era dos psicopatas”, deixando ruínas tristes e sem glória alguma, pois os seus heróis construídos pela espada fria, jazem até hoje nos seus sepulcros anônimos e esquecidos pelo véu dos tempos idos.
Entretanto, os séculos se passaram, mas a psicopatia social dos homens, ainda não! Gerações após gerações vem insistindo com novos gladiadores fanáticos por terras santas, por holocaustos com motivos ideológicos e delirantes dos seus líderes “napoleônicos” representando a sua população que ainda pede com as mãos sujas de sangue com o sacrifício daqueles que pensaram diferente do sistema vigente, perpetuando a falácia do poder vazio.
Hoje eu me vejo neste exato momento, diante do estádio do Maracanã no Rio de Janeiro com grupos se enfrentando com paus e pedras e armas de fogo em nome da patética “rivalidade” que substitui apenas a incômoda palavra “inimigo” por nada. De novo, os estádios se transformaram no novo teatro da barbárie, que outrora oferecia aos deuses da guerra e do horror humano da competição. Atualmente, os egos inflados se infiltram no meio dos esportes, na concorrência estudantil, nas instituições públicas e privadas, nos tribunais e nas ruas das cidades amedrontadas.
Pois nada mudou! Apenas trocamos a roupa do velho gladiador inglório por uma nova fantasia que não consegue mais esconder a falência deste defunto exalando um odor fétido dos neo competidores modernos servindo ao grande imperador, pois necessitam de mais aplausos e uma pseudo vitória que os afastam da verdadeira batalha no campo das suas mentes adoecidas e perdidas. Precisamos urgentemente escrever juntos uma nova batalha interior, mental e transformadora, para escrever uma nova história de amor que ainda não aconteceu no planeta como um todo coerente.
– Ave César!