Quem nunca ouviu esta expressão: “Mundo da lua”?
Sempre se referindo aquelas pessoas dispersas e com aquele olhar distante que ficam com a cabeça em outro lugar, pois facilmente se transportam através do pensamento para dimensões atemporais que podem estar na realidade passada ou talvez no futuro que lhe inquieta tanto as expectativas. Viver simplesmente dentro das suas fantasias pessoais, pode ser algo delirante ou não, podendo revelar uma mente criativa com poderosos recursos e dons artísticos, mas em alguns casos específicos, poderemos estar falando de indivíduos com traços reais de caráter esquizoide, marcado pelo distanciamento afetivo nas suas relações sociais desde tenra idade com tendências ao isolamento social com um pequeno toque de frieza. Mas, também posso estar falando sobre aquela dificuldade de atenção em tudo e alguém vem te rotular com aquele temido diagnóstico de transtorno do Déficit de Atenção com possibilidades de haver um inconveniente apêndice de hiperatividade (TDAH), mas sem querer generalizar nossos diagnósticos, algumas vezes imprecisos sem um sujeito específico em foco, é importante saber e ressaltar que viver no mundo da lua também pode ser a chave dos grandes mestres para atravessar o portal mágico da criação científica, artística ou em qualquer outra área do conhecimento humano.
Cabe aqui nos lembrar de Platão, o filosofo grego que afirmava há 2.370 Ac, que por de trás da nossa realidade física ou materialista, ainda existe uma sutil realidade subjetiva caracterizada por pensamentos que dão forma para aquilo que chamamos de real, ou seja, a fonte de todas as coisas são o “mundo das ideias primordiais”, algo como num modelo infinito e perfeito que paira fora das nossas percepções atreladas aos cinco sentidos básicos. Neste caso, poderíamos contemplar algo desta natureza como sendo saudável e, em certos casos, eu diria genial, conferindo as credenciais necessárias para acessar este passaporte mágico entre essas duas realidades paralelas sem perder o vínculo ou o elo vital com a consciência egóica de quem somos no tablado da vida, paradoxalmente ao arquétipo Junguiano incrustado no inconsciente coletivo da humanidade como um todo.
Nem sempre, algo ou alguém que não se enquadra na normalidade convencional precisa ser um obstáculo para a nossas relações que necessitam aprender à conviver com aquele que é diferente de mim, mas tem infinitas possibilidades de me oferecer uma visão do mundo formatada pelas minhas crenças pessoais, ancoradas erroneamente sobre a verdade absoluta.
Talvez, o que esteja nos faltando mais, seria exatamente esta capacidade perdida para algumas pessoas de poder viver no mundo da lua e se tornar mais saudável no “mundo da Terra” sendo menos segregado e mais saudável com mais um dia de sol nas suas mentes conturbadas.