A morte do ego é quando um indivíduo qualquer consegue se libertar da escravidão cultural desenvolvendo um senso mais crítico e refinado sobre tudo aquilo que lhe foi ensinado desde tenra idade na sociedade piramidal, ou seja, aquele ego que foi formatado nas religiões, laços familiares, sistemas educacionais, mídias diversas e tudo mais que gera a criação do sujeito egóico, aquele que apenas reproduz as informações como uma máquina que serve aos interesses grupais, acreditando ser realmente uma parte deste todo artificial em detrimento das suas verdadeiras aspirações que poderiam levá-lo a autorrealização das possibilidades maiores do seu caráter (personalidade). Com o tempo, tudo isto vai se corrompendo e dando lugar ao vazio de ser quem você não é, para dar espaço ao ego construído de forma exógena, sem valorizar atribuições mais profundas das suas potencialidades que ficam esquecidas no plano inconsciente, gerando insatisfação e falta de autenticidade pela vida afora.
Vale à pena lembrar aqui a metáfora mítica da caverna platônica, onde o grande filosofo buscou demonstrar a condição frágil e lamentável de ignorância em que vivem os seres humanos desde aquela época, aprisionados pelos sentidos e pelos preconceitos inferiores que os impedem de enxergar o conhecimento empírico ou subjetivo da verdade ao seu redor. É um míope ou cego existencial reproduzido aos milhões.
Vivemos numa era marcada pela quase total falta de discernimento entre a narrativa criada e o fato real, facilitando a captura das mentes mais despreparadas, mesmo com diplomas e doutorados que não contemplam uma verdade ou ponto de vista mais seguro em prol de um arquétipo gerador de rótulos massivos.
Os homens e as mulheres no mundo contemporâneo estão muito mais propensos em absorver a cultura midiática que já vem pronta e enlatada para nos vender ideias supérfluas com falsas atribuições de valores inexistentes, somente para facilitar interesses próprios, sem oferecer um conteúdo mais profundo em detrimento da verdade maior ou científica, validada por organismos manipuláveis que favorecem sempre a visão dos supostamente poderosos que desejam mais lucros e poder sem limites.
Na psicologia analítica, chamamos a morte psíquica do ego, como a morte do narcisista, pois compreendemos que não há vaidade maior do que buscar apenas os desejos supérfluos como algo vital sem observar o que lhes é oferecido nas entrelinhas.
Finalmente: a dissolução do ego é quando você aprende a olhar mais para dentro de si mesmo(a) em busca das verdadeiras respostas guardadas na sua mente inconsciente através das técnicas meditativas e introspectivas da psicologia para destruir a máscara vil que gera muito mais individualismo do que um sentimento autêntico e, ser parte de um todo mais saudável.