VOCÊ SE JULGA LIVRE ?

A liberdade, esse conceito tantas vezes exaltado e proclamado, figura hoje entre uma das maiores aspirações humanas, senão a maior de todas. Entretanto, desde os primórdios da civilização, o ser humano lutou pela sua autonomia, rompeu correntes reais e simbólicas, e buscou desvelar-se dos grilhões impostos pelo seu destino sobre a Terra, pela sociedade e, sobretudo, por si mesmo. Mas seria mesmo a liberdade um estado absoluto ou uma simples ilusão bem arquitetada pelos meandros da subjetividade?

A psicologia moderna, em seu laborioso escrutínio da mente humana, já nos revelou que a liberdade não se resume à mera ausência de coerção externa. Ser livre implica algo muito mais profundo: É a capacidade de autodeterminação e de consciência sobre os fatores que regem as nossas escolhas. Assim, emerge a questão crucial: Até que ponto nós escolhemos livremente? Ou será que somos apenas marionetes úteis nos esquemas internos e externos daqueles que nos condicionam e manipulam diariamente?

Freud, ao teorizar sobre o inconsciente, desvelou um paradoxo essencial: Acreditamos agir por motivações racionais, mas somos constantemente influenciados por desejos reprimidos, traumas pretéritos e dinâmicas que nos escapam. De forma análoga, Jung nos apresenta o conceito de arquétipos, padrões universais de comportamentos que ecoam em nossa psiquê e orientam as nossas mais vis decisões, aparentemente autênticas, sem que delas tenhamos plena consciência das suas reais motivações.

Por outro lado, Skinner, em sua perspectiva comportamentalista, sugere aos psicólogos em particular, que o ser humano é um produto de reforços e punições que moldam o nosso modo de agir. A liberdade, nesse prisma, não passaria de uma mera narrativa conveniente aos interesses dominantes, um complexo subterfúgio criado pela própria sociedade para nos fazer sentir senhores das nossas ações, uma ilusão, pois a realidade é bem outra e significa que estamos imersos num mar de contingências, tal como náufragos perdidos, mas com a inocente expectativa de que não somos direcionados aleatoriamente as nossas frágeis vontades nas fortes correntezas da vida.

Entretanto, Sartre, em sua filosofia existencialista, defende que o ser humano está “condenado a ser livre“. Para ele, mesmo diante de determinações biológicas e sociais, a última palavra sempre nos pertence. Somos responsáveis por nossas escolhas e, ao nos eximirmos dessa magna responsabilidade, caímos no autoengano, na chamada “má-fé“.

Entendo que a liberdade nunca foi um estado fixo, mas um processo dinâmico e fluídico, uma espécie de “continuum” entre a consciência e a nossa determinação em existir. Quanto mais compreendemos as forças que nos regem, mais ampliaremos o nosso campo de autonomia através do saber. Para tal, o autoconhecimento surge como uma condição “sine qua nom”, pois, se apresenta como uma ferramenta primordial na busca por uma liberdade verdadeira, permitindo-nos discernir entre desejos genuínos e imposições alheias.

Finalmente, a interrogação ainda persiste na minha mente: Você se julga livre? Ou apenas exerce uma liberdade que lhe foi concedida e extremamente limitada pelas engrenagens de um sistema que muitas vezes se apresentou invisível diante dos nossos olhos desabituados na arte de enxergar e, você sequer percebeu que estava sendo manipulado.

Talvez a verdadeira emancipação resida na consciência de um pensador livre que descobriu que a liberdade é, antes de tudo, uma construção mental e não um dado inquestionável da realidade empírica.

Por isto, deixo aqui a conclusão final para você, como uma prova viva da minha total confiança na sua liberdade de escolhas, desde que ela não venha a tolher a minha liberdade. Combinado? Que assim seja!

Dr. Marcos Calmon

Psicólogo Clínico

CRP 32.619 / 05

WhatsApp: (21) 98675-4720

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