E nos encarcera neste presídio de almas egóicas e obtusas, mas é assim mesmo que caminha praticamente toda massa humana. Vivemos uma falsa ideia de liberdade associada com uma limitadíssima percepção daquilo que entendemos ser o nosso livre arbítrio equivalente ao livre arbítrio de um prisioneiro confinado na sua cela 3×4.
O mundo é sem sombra de dúvidas um belíssimo lugar que nos parece vasto e livre num primeiro momento, mas não se engane, pois é mais uma ilusão dos nossos sentidos, é a limitação que nos persegue, tal como persegue o prisioneiro incauto.
Com mais uma cilada perceptiva em nossas entranhas psíquicas, sabemos que quase nada mudou na esfera psicológica de toda humanidade com o passar dos milênios. As tecnologias modernas deram um salto surpreendente nos últimos dois séculos para os olhos desta humanidade que há pouco tempo ainda guerreava com arcos e flechas. E, subitamente, conseguimos desenvolver um conhecimento capaz de explodir uma bomba nuclear e ceifar milhares de vidas em questão de segundos, mas continuamos incompetentes para ceifar o câncer, o Alzheimer, a fome, a pobreza e a própria guerra que ainda revela toda a nossa insanidade moral e incompetência real para conhecer o sentido maior da palavra humanidade. É justamente por isto que continuamos vivendo como prisioneiros da mente em nossos calabouços profundos e, acredite! Continuaremos a ser ineficientes, enquanto as novas tecnologias nas relações humanas não evoluírem muito além dos robôs androides, celulares e inteligências artificiais que tendem a espelhar apenas a mente de quem as criou.
É incrível como ainda não percebemos a tolice dos poderes ideológicos que nos matam de dentro para fora de nós mesmos enquanto nos esquecemos de descobrir de onde viemos de verdade ou melhor, incapazes de reconhecer quem somos, mas pensamos conhecer as estrelas do céu enquanto não entendemos profundamente sobre o significado de um único neurônio em nosso cérebro escondido dentro de uma dura e fechada caixa craniana.
Ah seres humanos! Por que somos tão poderosos assim? Enquanto a dor do teu vizinho nada representar diante das nossas conquistas, enquanto continuarmos lutando contra a forte correnteza da vida sem compreender nada sobre as leis do amor, nos afogaremos neste mar de lágrimas oriundas das palavras ferinas que atiramos contra o vento.
No fim, uma coisa será certa, estaremos atordoados demais com tanta apatia para entender o vazio das nossas ações egocêntricas que nos fizeram colher os frutos amargos ou doces daquilo que plantamos neste grande e ao mesmo tempo minúsculo presídio, digo planeta, que até o presente momento, ainda guarda um sutil equívoco até no próprio nome: Terra.